terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vou para Chipoka!! Conhece?

Com certeza, vocês já ouviram falar de lá! Fica perto de... vocês conhecem não!? Nunca ouviram falar? Fica em Malawi. Esse nome com certeza é muito mais conhecido. Não se lembra de nada? E Madonna? Este nome sim é conhecido. Para ver a relação basta se lembrar de que país ela adotou uma criança no ano de 2006. Foi em Malawi. Fácil não? Pois é. Pretendo passar a virada do ano pela 2ª vez lá. Bacana não!? A quem interessa saber onde vou passar a virada do ano pela segunda vez consecutiva?

Resolvi falar porque esta semana está sendo noticiado que o ator Gustavo Leão vai passar as férias pela quinta vez consecutiva na Disney (Essa vocês já conhecem!). Legal, não é!? Sim, muito bacana. Bacana por que ele é um ator da Globo, porque estamos sem pauta neste final de ano ou porque a Disney é o lugar mais divertido, maravilhoso e legal do mundo??

Não sei se me surpreendo ainda com o jornalismo de celebridade que faz eu repensar o que é o fazer jornalismo. Isso o que eles fazem não é jornalismo, devem ser empresas de publicidade contratadas, relações públicas ou a sua assessoria de imprensa que 'in'felizmente devem ser constituídos de jornalistas. ¬¬'

Se forem estes, tudo bem. Estão sendo pagos para fazer isso. E estão fazendo bem. Parabéns! Se forem os jornalistas... também estão sendo pagos. Só podem. E muito bem pagos, com certeza. Não!? Mas ainda sim, me pergunto: para quê? Pior: para quem!?

Porque eles só fazem isso porque alguém consome. Melhor... 'alguéns', muitos 'alguéns' consomem! Saber que a pessoa vai viajar, pela 5ª vez consecutiva para um parque de diversões. Uau! Como isso me torna uma pessoa diferente. Agora sei que ele não foi só 4x, mas cinco!

...

Acho que a resposta se dá pelo ibope dos realitys shows que vemos. Cada vez mais pessoas se sujeitam a ter seus 15 minutos de fama, ou 3 meses de confinamento, para ter sua vida vasculhada por pessoas de plantão a fim de noticiar onde você faz compras, almoça, vota, comemora o aniversário, convida para o casamento, quem você expulsa da festa, e por aí vai. E mais estranho é ver que depois do 'sucesso' ela não gosta de dar entrevistas, de posar para fotos, de ter sua rotina acompanhada por um paparazzi.

Ouvi um jornalista que retrata celebridades em uma entrevista ao Amaury Júnior na semana passada dizendo que existem 3 tipos de pessoas: as que são conhecidas, as famosas e as celebridades. Só que todas que se tornam conhecidas se mostram, ou as mostram, como celebridades.

E, segundo ele, celebridade é aquela pessoa que a sua presença é celebrável, quase comemora-se a sua presença naquele ambiente. Ele cita como exemplo Gisele Bündchen e Pelé (celebridades mundiais), Hebe Carmargo (nacional).

Sendo assim, já que é legal saber o que o outro faz ainda mais na internet, onde o Twitter com os seus instantâneos 140 caracteres pergunta a cada segundo "What’s happening?" (O que está acontecendo?) vamos todos nos relacionar dessa maneira e apontar o que está sendo feito agora, o que vai fazer depois e para onde vai na virada do ano.

Quem sabe alguém mais se interesse por isso, e olha que você nem precisa ser celebridade, viu!? Vou começar: como disse, vou passar a Virada do ano em Chipoka. Pela 2ª vez consecutiva. Depois devo dar uma passada por Lisitu, ir para Chiconono e finalizar em Kazula. Vocês já ouviram desses lugares, não?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

"Abraço Corporativo"


O que é notícia?
Tudo que a imprensa publica é notícia?
Se tudo que é publicado pela mídia é notícia, o que é notícia para o interesse público?

É isso o que o documentário Abraço Corporativo propõe questionar.

Em uma entrevista publicada no site Terra, o jornalista e diretor do filme Ricardo Kauffman mostra o problema que o levou a produção do filme:

"O que queria era discutir porque que hoje a mídia publica histórias inconsistentes. A ideia era ir para campo e conferir uma coisa que eu apenas intuía. O filme não tem a capacidade de ser um projeto científico, de pesquisa quantitativa ou qualitativa. O objetivo era apenas constatar se de fato a mídia publica coisas inconsistentes e se isso tem importância ou não para as pessoas. Recentemente tivemos o caso de um pai que simulou o risco que seu filho corria dentro de um balão, tudo para ganhar projeção. E outras notícias que não são notícias volta e meia aparecem. Para discutir isso, o documentário exibe 10 entrevistas com jornalistas que conversam sobre essa inconsistência dos assuntos."

Vejam o trailer do filme:



Com base nisto, o documentário mostra o consultor de Recursos Humanos e membro da Confraria Britânica do Abraço Corporativo, Ary Itnem, buscando espaço na mídia para divulgar a sua "Teoria do Abraço". Ele propõe a solução para uma doença chamada inércia do afastamento, causada pelo uso excessivo das novas tecnologias.

O documentário estreará nesta semana, dia 12/06, no HSBC Belas Artes, localizado na
Rua Consolação, 2423. De acordo com uma entrevista realizada ontem na rádio Eldorado, durante o programa TRIP Eldorado, o diretor disse que é importante que o filme seja visto neste final de semana por um número grande de pessoas, pois isto vai garantir que ele fique mais tempo em cartaz.

Sendo marketing ou não, quem se interessa por mídias, jornalismo ou simplesmente aprecia estes assuntos, não deve perder a estréia do filme neste final de semana.

Mais informações podem ser lidas no blog
Abraço Corporativo.

sábado, 10 de abril de 2010

Para um crime, há sempre um castigo...

Até mesmo para os extraordinários.

É assim que Raskólnikov se julga, diferente por ter a supremacia em seu íntimo para sair impune a um crime. Ele esperava que fosse capaz de passar por cima deste fato sem necessariamente se abalar. Mas ele não foi capaz disso. Como todo ser humano(ordinário), a culpa foi maior que ele.

Achei a obra de Dostoiévski realmente incrível, era um autor que eu totalmente desconhecia, mas adorei ter o prazer de conhecer.


Lendo mais, pude observar o quanto outras obras se espelharam no caso Raskólnikov. Cito os casos do diretor Woody Allen e Heitor Dhalia.
No primeiro, o diretor usa a referência explícita nos filmes, tanto no título (Crimes e Pecados) quanto no roteiro (Match Point e O Sonho de Cassandra).

Em Crimes e Pecados o trocadilho já começa no título, substituindo Pecados por Castigos. Isso mostra que "nem todo crime pressupõe um castigo" (ANAIS DO IX SEMINÁRIO NACIONAL DE LITERATURA HISTÓRIA E MEMÓRIA – LITERATURA NO CINEMA e III Simpósio Gêneros Híbridos da Modernidade – Literatura no cinema. DUSILEK, Adriana (PG-UNESP/Assis); AZEVEDO, Sílvia Maria (Orientadora - UNESP/Assis)). É um assunto até sugerido por Raskólnikov onde mostra que se ele conseguisse passar "livre" por essa consciência, o crime não haveria necessidade de ser 'pago' as leis humanas, tornando-se um pecado perante as leis divinas. E se ampliarmos o assunto quem não reconhece a culpa, dificilmente pode ser preso, nos casos de não haver provas. E quando a culpa passa a ser espiritual, cada um com o seu dogma.

No filme, o personagem se vê na pré-condição de assassino, já que a amante está ameaçando contar a sua esposa a verdade. Ele se vê numa grande questão: pede desculpas a mulher ou contrata um assassino para matar a amante. Isso não sem culpa ou remorso. Ele não é uma pessoa religiosa, mas alguns medos começam a tomar conta dele, pois seu pai judeu dizia: "Nada escapa aos olhos de Deus".

A dúvida dele é respondida quando, em sonho, ele conversa com familiares, sentado á uma mesa. "O assassino será punido se for pego". Agora a questão passa a ser outra: como cometer o crime e viver livre desta consciência? A culpa não passa a ser no ato, mas a longo prazo. Então, como conviver com esta perturbação sem deixar ela te entregar?

Outro filme dele (Match Point) faz referência a todo instante, citando inclusive a obra. O personagem principal resolve ir morar em Londres para tentar a vida como professor de tênis. Ainda no início ele diz que gostaria de fazer algo especial em sua vida, uma contribuição. Ele diz isso justamente após ler Crime e Castigo (é o mesmo pensamento de Raskólnikov). Assim como no filme anterior, ele se ve ameaçado pela amante e resolve mata-la. Para parecer latrocínio, também mata a vizinha do apartamento ao lado.

O mesmo crime acontece no livro. Raskólnikov mata a velha usurária e sua irmã, mas a segunda não fazia parte do plano. Outra ponto semelhante é quando ele rouba as jóias da vizinha e joga no rio, no entanto, uma aliança cai antes. A sorte é que ela apareceu próximo a um homem morto, concluindo que foi ele o assassino.

O terceiro filme (O sonho de Cassandra) é o que mais se aproxima da realização de Raskólnikov, se não fosse pelo fato de os assassinos morrerem. Ian (Ewan Mcgregor) é o projeto de Raskólnikov: por um motivo maior e com a frieza necessária, ele é um homem extraodrinário, pois segue sua vida sem o peso da consciência.

A história é muito semelhante. Os 2 irmãos aceitam cometer o assassinato proposto pelo tio, mas a consciência de 1 pesa mais que a do outro, tornando a ação vulnerável a culpa e a entrega pelo castigo. Um irmão planeja matar o outro, mas os fatos acabam fazendo com que os dois morram.

Woody Allen trabalha com isto algumas possibilidades de resolver o caso de Raskólnikov. Já o cineasta Heitor Dhalia propõe mostrar o terror psicológico vivido pelo personagem em seu filme Nina.

Muitas referências diretas são feitas ao filme, como o ambiente em que se situam os personagens, sua condição de vida, entre outras.

A personagem comete o crime e começa a demonstrar através de desenhos e delírios, mas não acreditam nela e acabam soltando-a. Ele vive em total angústia, mostrado isto inclusive em seu quarto que é repleto de desenhos sombrios.

São releituras da mesma obra, para concretizar possíveis destinos aos personagem Raskólnikov. Depois de ler, podemos pensar melhor: que tipo de ser humano eu sou? O que eu seria capaz de fazer por um bem maior? Napoleão era mesmo um cara memorável por cometer crimes e violar leis desde que suas intenções fossem úteis a humanidade como um todo?


O.o'